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A indústria do cimento lançou o Roadmap Tecnológico do Cimento

10/04/2019

A indústria do cimento lançou o Roadmap Tecnológico do Cimento

Na última quarta-feira, 03 de abril, o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e a Associação de Cimento Portland (ABCP) realizaram em Brasília o evento de lançamento do Roadmap Tecnológico do Cimento, documento que traça as principais ambições e diretrizes da indústria cimenteira do Brasil até 2050.

O evento foi realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria, CNI e contou com uma plateia de 135 convidados, além da presença de diversas autoridades dos poderes executivo e legislativo, executivos da indústria do cimento e especialistas brasileiros e estrangeiros.

Na abertura do evento, o presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, Paulo Camillo Penna, evidenciou a importância da elaboração do Roadmap. “A aspiração deste trabalho é contribuir para que o nossa indústria possa continuar reduzindo sua pegada de carbono, a médio e longo prazo. Para tanto, reúne medidas que se concentram desde a busca por matérias-primas e combustíveis alternativos, até investimento em eficiência energética, inovação e desenvolvimento tecnológico”, completou o executivo.

Ainda no início dos trabalhos, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez um discurso que reforçou a importância que a agenda de qualidade ambiental urbana terá para esse governo. Além disso, fez um importante anúncio para o setor. “Ontem, dia 02/04, criamos uma portaria interministerial entre as pastas de Meio Ambiente, Minas e Energia e Desenvolvimento Regional que vai normatizar e criar diretrizes para a utilização de resíduos sólidos no co-processamento do cimento, incentivando também a busca da indústria por fontes alternativas de energia”, completou Salles.

Seguindo a programação, Claude Loréa, diretora da Associação Global de Cimento e Concreto (GCCA) e especialista em sustentabilidade na indústria do cimento apresentou O Caminho para a Sustentabilidade do Cimento e do Concreto.

Loréa também foi personagem em matéria do jornal Valor Econômico sobre a busca do setor cimenteiro por um futuro sustentável. Leia a entrevista no link:

https://www.valor.com.br/empresas/6194725/frente-exigencias-climaticas-setor-cimenteiro-busca-ser-sustentavel

Gonzalo Visedo, especialista em Meio Ambiente do SNIC apresentou o Roadmap Tecnológico do Cimento – Brasil e os seus quatro principais pilares: adições e substitutos de clínquer - produto intermediário do cimento -, por meio do uso de subprodutos de outras atividades; combustíveis alternativos, com a utilização de biomassas e resíduos com poder energético em substituição a combustíveis fósseis não renováveis; medidas de eficiência energética, mediante investimentos em linhas e equipamentos de menor consumo térmico e/ou elétrico; tecnologias inovadoras e emergentes, por meio da pesquisa e desenvolvimento em tecnologias disruptivas, como a captura de carbono.

Para debater os desafios e oportunidades, visando à sustentabilidade de longo prazo do setor, a organização montou os seguintes painéis:

Estratégias de Redução de Emissões e Ações já implementadas, teve participação de Adrianno Arantes, diretor Industrial da LafargeHolcim, Carlos Massucato, diretor de Inovação, Pesquisa & Desenvolvimento e Qualidade da Intercement, Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI e Luis A. Salomon, especialista em Energia & Eficiência de Recursos da International Finance Corporation (IFC/World Bank).

Mapa do Caminho – Desafios e Oportunidades, debatidos por Alvaro Lorenz, diretor técnico Global e de Sustentabilidade da Votorantim Cimentos, Erika Kanashiro Tugumi, Executiva Sênior de Investimentos da International Finance Corporation (IFC/World Bank), Maria José Garcia, diretora executiva da Federação Interamericana do Cimento (FICEM) e de Vanderley John, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Sérgio Bautz, presidente do Conselho SNIC/ABCP encerrou o evento com uma mensagem de otimismo. “Para atingir os níveis de melhoria nos diferentes indicadores de performance (KPI’s) e as conse¬quentes reduções na emissão de carbono estimadas, governo, indústria e sociedade em geral devem criar uma agenda conjunta de ações estruturantes, de forma a acelerar a transição sustentável da indústria brasileira de cimento”, reforçou Bautz.

Ainda estiveram presentes, Alexandre Vidigal, Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Cyrino, Secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Deputado Federal Arnaldo Jardim (PPS), Coordenador da Frente Parlamentar de Economia Verde, Deputado Federal Enrico Misasi (PV), presidente da Frente Parlamentar para o Saneamento e de outros representantes dos poderes legislativo e executivo, além de executivos das principais indústrias de cimento do país.

Indústria do cimento apresenta plano para redução da emissão de carbono em quase 35%

A indústria desenvolveu o Roadmap Tecnológico do Cimento em colaboração com a Agência Internacional de Energia (IEA), Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento (CSI) do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvi¬mento Sustentável (WBCSD), International Finance Corporation (IFC) - membro do Banco Mundial - e um seleto grupo de acadêmicos de renomadas universidades e centros de pesquisa do país, sob a coordenação técnica do professor emérito e ex-ministro José Goldemberg.

O estudo propõe alternativas para reduzir, ainda mais, as baixas emissões de CO2 da indústria nacional de cimento. Mais do que isso, identifica barreiras e gargalos que limitam a adoção de políticas públicas, regulações, aspectos normativos, entre outros, capazes de potencializar a redução das emissões em curto, médio e longo prazo. 

“A indústria brasileira do cimento apresenta um dos menores índices de emissão de CO2 no mundo, por conta de ações que vêm sendo implementadas nas últimas décadas e queremos continuar liderando esse processo no futuro”, afirma Paulo Camillo Penna.

Segundo dados dessas entidades, enquanto a produção de cimento aumentou 273% entre 1990 e 2014 (de 26 para 71 milhões de toneladas), a curva da emissão de carbono cresceu 223% nesse intervalo, uma redução de 18% das emissões específicas (de 700 para 564 kg CO2 /t cimento). Por sua vez, o projeto vislumbra a possibilidade da indústria alcançar patamares da ordem de 375 kg CO2 /t cimento até 2050, uma redução de 33% com relação aos valores atuais.

Segundo Erika Kanashiro Tugumi, executiva sênior de investimento da IFC, “o Brasil está no caminho certo para descarbonizar sua cadeia de valor do cimento, adotando melhores práticas em eficiência energética, uso de combustíveis alternativos, energia renovável, e produtos inovadores em cimento e concreto.”

O Roadmap Tecnológico do Cimento analisa uma série de medidas capazes de acelerar a transição rumo a uma economia de baixo carbono. "O setor reconhece os desafios na produção de cimento e concreto e tem trabalhado arduamente ao longo de muitos anos para encontrar soluções. Há várias inovações importantes já em andamento, que irão contribuir para reduzir as emissões globais de CO2 e produzir cimento de forma sustentável. Estamos totalmente comprometidos em avançar para um futuro sustentável", afirma Claude Loréa, diretora da Associação Global de Cimento e Concreto (GCCA) e especialista em sustentabilidade na indústria do cimento.

Metas alinhadas ao Acordo de Paris

O Acordo de Paris, negociado em 2015 na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e ratificado pelo Brasil em 2016, estabeleceu diretrizes e compromissos para tentar limitar o aumento das temperaturas neste século a menos de 2°C.

Para alcançar essa meta desafiadora, foram reunidas no mapeamento medidas que se concentram em quatro principais pilares: adições e substitutos de clínquer - produto intermediário do cimento -, por meio do uso de subprodutos de outras atividades; combustíveis alternativos, com a utilização de biomassas e resíduos com poder energético em substituição a combustíveis fósseis não renováveis; medidas de eficiência energética, mediante investimentos em linhas e equipamentos de menor consumo térmico e/ou elétrico; tecnologias inovadoras e emergentes, por meio da pesquisa e desenvolvimento em tecnologias disruptivas, como a captura de carbono.

Ações-chave para 2030

Para atingir os níveis de melhoria nos diferentes indicadores de performance (KPI’s) e as conse¬quentes reduções na emissão de carbono estimadas, governo, indústria e sociedade em geral devem criar uma agenda conjunta de ações estruturantes, de forma a acelerar a transição sustentável da indústria brasileira de cimento. Entre as ações prioritárias, visando um horizonte de curto/médio prazo (2030), estão:

             Reforçar a cooperação nacional e internacional; promover o desenvolvimento de novas normas de cimento, permitindo a incorporação de maiores teores de substitutos de clínquer;

             Valorizar a recuperação energética de resíduos, em atendimento à Política Nacio¬nal de Resíduos Sólidos (PNRS);

             Compartilhar melhores práticas em nível nacional e internacional para a promoção da eficiência energética na indústria do cimen¬to;

             Promover Pesquisa e Desenvolvimento em tecnologias emergen¬tes e inovadoras de mitigação de gases de efeito estufa.

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